domingo, 18 de fevereiro de 2018

Mais sobre o evento do dia 06/03 no IAB



Comissão da Mulher IAB - evento de 06/03/2018

Nome do evento: Seminário Sororidade

Ideias chaves: sororidade, preconceito, identidade social vinculada ao estereótipo, mercado de trabalho e resistência.


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O mote da Comissão da Mulher do IAB é a sororidade, a qual pode ser traduzida como forte união e entrelace entre as mulheres, com fundamento no companheirismo e empatia, bem como no contundente interesse no encontro de objetivos em comum.

O propósito que se pretende alcançar com o evento é debater e trocar experiências de resistência frente a um mercado de trabalho machista e regado de preconceitos e estereótipos ligados a identidade social das mulheres.

Inquestionável ser a identidade um processo de construção social, já que atrelada ao kit das relações que entremeiam a vida cotidiana.

Hodiernamente, fala-se em identidade social, na perspectiva individual e social. Percebe-se uma individualidade, singularidade, que vai sendo construída na relação com outros humanos.

O trabalho, na contemporaneidade, tem um enorme valor e está diretamente ligado a dignidade da pessoa humana. Ocupa um lugar primordial, fundamental, na vida da trabalhadora, seja por ser um modo de sobrevivência, seja pelo tempo a ele dedicado, seja como realização pessoal ou profissional. É através do trabalho que o ser humano dialoga com o seu meio social.

Nesse contexto é seguro afirmar que a perda do trabalho - fundamento da vida social - é sinônimo de perda da IDENTIDADE e da liberdade.

Sem o seu trabalho o ser humano fica vulnerável diante das pressões do ambiente social, equivalendo afirmar que a perda da identidade é vista como incapacidade da pessoa de defender-se destas pressões.

Pode-se afirmar que o trabalho é o crescimento do ser e que, no contraponto, a sua perda é o decréscimo do ser, diminuição perante a sociedade.

Segue um pensamento do consagrado desembargador aposentado da Justiça do Trabalho Márcio Túlio Viana (TRT-3ª Região), que corrobora o objetivo do evento: "(...) a inatividade pode não só humilhar o empregado, como impedí- lo de se realizar como homem e como cidadão, afetando sua dignidade." (VIANNA, Márcio Túlio. Direito de resistência. São Paulo: LTr, 1996. p. 118).

Atualmente o estereótipo da família patriarcal, graças a resistência da mulher frente a igualdade entre os sexos, está perdendo a força perante a nossa sociedade. É inegável que o papel da mãe como dona de casa e do pai como provedor distanciou a mulher do mercado de trabalho formal.

Com as oportunidades de estudo as mulheres estão se qualificando e penetrando em campos de trabalho antes dominadas pelos homens.

Em 2018 temos mulheres: pilota de aeronaves apoiando as operações policiais, comandando, inclusive, o helicóptero blindado da PM/RJ, conhecido como o caveirão aéreo; operadoras de guindastes; caminhoneiras e tantas outras que venceram preconceitos em busca de seus sonhos.

A mulher está provando a sua competência em todas as áreas profissionais, de sorte a provar que as diferenças entre os sexos não se sustentam mais.

No entanto, existem grupos de mulheres que ainda não despontam nessa trajetória histórica. Por exemplo, as mulheres com deficiência não são enxergadas. Verdade é que a sociedade não se interessa por elas, razão pela qual desconhecem as suas realidades. E, por conta desse desconhecimento, deixa de incluir esse seguimento populacional nas políticas públicas. Isso é muito grave em uma sociedade que se diz democrática. Sororidade seletiva? Seria possível?

Por esses fundamentos é que tem lugar o evento que acontecerá no dia 6 de março, às 17:30, no Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), intitulado: 8 de março: Dia da Sororidade.

É o feminismo um movimento de transformação social, de maneira que a presença de mulheres e homens será imprescindível para a real efetivação da igualdade entre os gêneros. Logo, fica o convite para que todas, todes e todos componham esse significativo encontro.


DEBORAH PRATES

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