sábado, 30 de setembro de 2017

Evento: As mulheres migrantes e refugiadas no Rio de Janeiro

Convite!
Novo evento da Comissão da Mulher do IAB



Descrição do cartaz: imagem de uma menina de uns 10 anos, com cabelos pretos bagunçados, expressão fechada, casaco grande marrom claro, calça comprida rosa. Ela segura com a mão direita uma mala grande na cor vinho e na esquerda uma boneca de roupinha rosa. A menina se encontra parada em cima de uma linha férrea. Ao redor estão as informações do evento.


Título do evento:
As mulheres migrantes e refugiadas no Rio de Janeiro

Palestrantes:
Aline Thuller: coordenadora do Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas do RJ
Ivanova Galan: assessora legal mexicana da ONU-Habitat
Claudia Elizabeth Troncoso: Professora argentina
Maribel Perez: Religiosa uruguaia da Fraternidade Talitha Kum
Mireille Muluila: refugiada da República Democrática do Congo
Pelagio Huaytalla Sulca: cozinheira peruana
Luciane Cardoso: membro da Comissão da Mulher do IAB
Deborah Prates: presidente da Comissão da Mulher do IAB

10 de outubro de 2017. Terça-feira, às 17h. Plenário do IAB. Av. Marechal Câmara, 210, 5º andar, Centro, RJ.

O evento contará com os intérpretes de LIBRAS Marcos Costa e Vanessa Neves

Serão concedidas duas horas de estágio pela OAB-RJ

Realização: Institutos dos Advogados Brasileiros.

Apoio: Movimento da Mulher Advogada

Inscrições gratuitas: www.iabnacional.org.br/eventos


Informações: (21) 2240-3173.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Formigueiro contraproducente


 Sinto-me acariciada assistindo, na prática, os efeitos dos exercícios de acessibilidade atitudinal que venho fazendo no IAB. Ouço as pessoas comentando que o meu trabalho de formiguinha vem surtindo efeito.


Descrição da imagem para pessoas com deficiência visual: Imagem em forma de desenho do interior de um formigueiro. Há a presença de vários caminhos, por onde as formigas passam. Na parte inferior vemos uma formiga bem maior que as outras. Acima do formigueiro existem diversos matinhos verdes.


Fiquei a refletir sobre isso. Concluí que não. Afinal, as formiguinhas fazem um trabalho coletivo, de modo que o todo é bem maior que a soma das partes. Há uma sinergia e empatia que paira no ar! Poxa, que bacana se o seguimento acreditasse na transformação social via educação! Se não ficasse - tão-só - pedindo novas leis... aumento nas multas... A educação é tudo! Creio na atitudinal como alavanca transformadora.

Vou dividir com todas, todes e todos uma singela passagem que, para mim, significa muito e tem a ver com o 21 de setembro.

As mulheres com deficiência sempre estiveram nas entrelinhas da história, já que esquecidas e negligenciadas pela coletividade. A voz falada ou escrita lhes é negada, até mesmo por suas pares. É mais fácil deixá-las na invisibilidade do que efetivar os seus direitos fundamentais, valendo, para estes comentários, ressaltar as acessibilidades em todas as suas nuances.

Na condição de presidente da Comissão da Mulher, procurei o presidente nacional do IAB - Dr. Técio Lins e Silva - para explicar-lhe a necessidade de ser colocada uma rampa de acesso no tablado localizado no plenário, proporcionando, assim, igual oportunidade a todas as pessoas que queiram ocupar o espaço. Sabia que, pela conjuntura histórica do IAB, não seria nada simples.

Aduzi, por exemplo, que uma mulher cadeirante, se convidada para um evento, não teria autonomia e independência para participar da mesa, ante a ausência de acessibilidade. Enfatizei os fundamentos e objetivos da república. Discutimos, apresentando e contrapondo razões, em iguais condições de argumentação, o que nos levou as várias reflexões e, finalmente, ao deferimento do pedido. Nem acreditei! Depois de 174 anos de existência o IAB terá uma rampa!

Tive a certeza que a fratria é o mote do Instituto. Constatei que a fraternidade age como modo de coibir a desigualdade. Nesse particular, registro que a contratação de intérpretes para a LIBRAS nos eventos da Comissão da Mulher sempre foram bem recepcionados, numa demonstração de consciência na ruptura das barreiras atitudinais, as quais impedem o cumprimento da legislação acerca das acessibilidades.

Logo, a fratria e a solidariedade funcionam no IAB como eixos para a reconstituição dos laços sociais. Lindo!

Por essa boa notícia é que a Comissão da Mulher - integradora de minorias e de singularidades - adiou o evento que faria em 21 de setembro - dia da conscientização da luta das pessoas com deficiência no Brasil - para nova data. Então, a mulher com deficiência física poderá subir, com dignidade, a rampa de acesso ao tablado para palestrar, juntamente com as suas iguais, em equiparação de condições. Afinal, todos os dias do ano também são nossos!

As mulheres com deficiência são muito mais violentadas, física e simbolicamente, que as sem deficiência. Portanto, precisam ser ouvidas para que possam contar à sociedade sobre a violência que também sofrem decorrente de gênero. Precisam ser empoderadas para que participem do processo democrático em todos os campos sociais, políticos e econômicos. Compete, da mesma forma a esse nicho populacional, participar de debates públicos e tomar decisões que sejam importantes para o futuro da sociedade. Certo é que o feminismo é um movimento de transformação social.

O IAB está construindo um novo conceito sobre as pessoas com deficiência, sendo tal ressignificação essencial para a verdadeira inclusão. Mexer e romper com a cultura que está posta faz séculos não é tarefa fácil. Voltar os olhos para dentro de si e checar o que está certo e errado e ter a ousadia de mudar tudo para prosseguir com novos paradigmas é nutrir o nobre sentimento da humildade.


Sinto-me orgulhosa e honrada em integrar os quadros do IAB.


Deborah Prates


(advogada e feminista)

domingo, 10 de setembro de 2017

Resistência contra o machismo no poder judiciário

A Comissão da Mulher do IAB se manifesta sobre o caso de preconceito de gênero reiteradamente praticado pelo poder judiciário em todas as suas esferas.


"Moção de repúdio a desembargador do TRT-GO

O Plenário do IAB acolheu, por unanimidade, na sessão ordinária desta quarta-feira (6/9), a moção de repúdio ao desembargador Eugênio Cesário, do TRT-GO, de iniciativa da Comissão da Mulher. No dia 17 de agosto, o magistrado se recusou a ouvir a sustentação oral de uma advogada por considerar que a roupa que ela vestia (uma camisa sem mangas) era inadequada ao “decoro forense”. O julgamento foi retomado após a advogada conseguir emprestado um blazer com uma colega.


Leia a íntegra da moção:

“O Instituto dos Advogados Brasileiros, em conformidade com a solicitação da sua Comissão da Mulher, manifesta seu repúdio relativamente à manifestação do desembargador Eugênio Cesário, do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO), por ter afirmado que deixaria o plenário de julgamento pelo fato de uma advogada não estar trajada (uma camisa sem mangas) de acordo com o que ele reputa serem as regras de decoro.

O abuso de poder verificado atingiu o exercício da advocacia, pois a advogada foi impedida de utilizar as vestes talares e de usar da palavra em favor do seu constituinte.

O comportamento do mencionado desembargador, a par de desonrar a magistratura e atingir a advocacia, ofende a mulher advogada, devendo ser objeto de repulsa de toda a classe.”

                                                                                                                                   Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2017


Técio Lins e Silva

Presidente nacional do IAB"


Matéria retirada do site: https://www.iabnacional.org.br/noticias/mocao-de-repudio-a-desembargador-do-trt-go#.WbLCIHbJoj0.facebook