Quanta honra para mim ter o meu novo texto publicado no "Justificando".
Convido-os a ler e, se puderem, comentar.
Segue a matéria na íntegra, disponível também no link: http://justificando.cartacapital.com.br/2017/02/03/coracao-universal-que-tal/
"A nossa Convenção de Nova Iorque
consagrou o princípio do desenho universal, valendo dizer a idealização de
ambientes, serviços, produtos e programas que possam ser usados, com muito
conforto e com igual oportunidade, pela maioria esmagadora dos seres humanos.
A maravilha descrita
somente terá sucesso se o coração humano igualmente for universal, ou seja, se
a população tiver a grandeza de enxergar e acolher as diversidades de modo
democrático, isonômico. A coletividade há que entender que as diversidades são como
são e não como ela gostaria que fosse! Mas, de qual pedagogia iríamos nos valer
para conquistar esse feito?
O desafio hodierno é
instigar a sociedade para que reveja os defasados conceitos e preconceitos, de
modo a, solidariamente, promover a verdadeira inclusão social.
Poxa, como seria bacana
se, por exemplo, as pessoas com deficiência dessem o pontapé inicial e
passassem a procurar os demais humanos excluídos socialmente, objetivando
dialogar com esses outros sobre a opressão, ou vice-versa. Afinal, esta é
suportada por todos nós. Eis o flagrante elo em comum com os integrantes desse
sofrido conjunto de pessoas.
Então, com a harmonia e
o encontro de ideias comuns agregaríamos, com sabedoria, na luta contra o uso
da violência pela sociedade para nos sufocar e demonstrar autoridade, tirania,
tão-só porque fugimos a fôrma da indústria da moda ditada pelo selvagem
capitalismo que sugou os nossos cérebros faz mais de 200 anos. O ser que habita
um corpo diferente do que é tido como padrão está excluído!
Essa sujeição, imposta
contra nós pela coletividade, que caracteriza um injusto domínio pela força
física e/ou psicológica, faz com que nos sintamos reprimidos, humilhados, sem
forças nem vontade para reagir a essas inenarráveis condutas fascistas. Em
inúmeras vezes os excluídos sentem-se quase humanos, apenas pela cor da pele
(racismo), ou porque são imigrantes (xenofobia), ou pelas deficiências (pessoas
com deficiência), ou pela idade (idosos), ou por serem mulheres (desigualdade
por gênero), ou por serem de religiões distintas (intolerância religiosa), etc.
Tudo por conta do preconceito e seguida discriminação que nos é imposta pelos
humanos que se acham privilegiados, superiores. Esses sentem-se seres supremos!
Fato incontroverso é
que o ser humano deixou de pensar e, por isso, vem sendo conduzido, tocado,
como rebanho. Lembro-me, nesse momento, das ovelhas que precisam,
obrigatoriamente, de um pastor, com o poder de seu cajado nas mãos, para
protegê-las. Daí, quando o ambiente está calmo, sereno, com os lobos distantes
e com as ingênuas ovelhas pastando, está o pastor com o seu cajado a dominar o
pedaço. Pobre rebanho! Seríamos nós excluídos, quer dizer as ovelhas diferentes
tidas como desgarradas ou marginalizadas? Quem é o nosso pastor? Quem somos
nós?
Pois é, a opressão
social faz com que os cidadãos percam as respectivas identidades e, sufocados,
pisados, passem a ser outras pessoas contra as próprias vontades.
Modernamente o diálogo
pode ir muito além da tradicional forma presencial, como, por ilustração, as
ferramentas digitais, tais como o blog e o e-mail, e as redes sociais, etc.
Assim, não tenho dúvida de que a nossa união – presencial ou virtual – nos dará
forças para articular um processo ininterrupto de troca em que múltiplas vozes
co-construirão o novo conhecimento acerca das diversidades.
Cristalino está que
isoladamente, melhor dizendo, cada qual no seu quadrado, não está surtindo o
efeito que precisamos na desconstrução dos horríveis preconceitos que a
população perpetua relativamente aos diferentes. Para que essa triste evidência
seja transformada se faz necessário que mudemos a visão monológica da conversa
para a visão dialógica.
Enquanto estivermos
falando para o espelho não interagiremos o eu com o outro, razão porque não
provocaremos a alteridade. Verdadeiramente será com a ideia da unidade,
comunhão, que atingiremos a consciência humana.
A mais linda poesia que
o ser humano já escreveu, na minha opinião, foi a Declaração Universal dos
Direitos do Homem (ONU – 1948). Contudo, poucos a leem, sendo que muitos que o
fazem não a entendem. Raros são os que sabem que a nossa Carta Cidadã a
recepcionou, pelo que está o Brasil obrigado a cumpri-la. À vista disso é que o
Brasil tornou-se uma Terra sem lei. Rasgamos a Constituição da República e,
como consequência, terminamos com o Estado Democrático de Direito. Já pensaram?
Pois é, colocar o dedo
na ferida é muito doído. Todavia, necessário para sairmos desse estado de
torpor.
Com o presente artigo
venho convidar a todos a refletirem sobre as ideias aqui contidas e, depois,
praticarem sucessivos exercícios de acessibilidade atitudinal, a fim de
concluírem pela ressignificação dos humanos diferentes. Somente através da
educação dialógica é que conseguiremos um coração universal.
Lutemos pela INCLUSÃO
SOCIAL já!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário