quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Advogada cega briga para entrar com cão no TJ-RJ


Matéria publicada pela Revista Consultor Jurídico em 5 de setembro de 2009
Olhos externos:
http://www.conjur.com.br/2009-set-05/advogada-cega-briga-entrar-cao-guia-tj-rio



 
Advogada cega briga para entrar com cão no TJ-RJ









Cega há três anos, a advogada Deborah Prates (na foto à direita) trava uma disputa com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para poder andar livremente pelo prédio com o auxílio do seu cão-guia. Recentemente, o presidente da corte, desembargador Luiz Zveiter, proibiu a entrada de cachorros no prédio. A advogada reclamou e conseguiu o direito de entrar no local com o seu cão, mas só escoltada por policiais. Ela ainda não está satisfeita e afirma que, se a restrição continuar, vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.


A entrada de cães-guia em lugares públicos ou privados de uso coletivo é garantida pela Lei 11.126/05. A norma pune com multa quem impede a entrada dos cegos e seus cachorros.


Deborah encaminhou uma petição ao presidente do TJ-RJ para que ele voltasse atrás em sua decisão. Sem sucesso, ela decidiu levar a imprensa carioca para acompanhá-la ao tribunal. Mesmo com a presença de dois repórteres e um fotógrafo, ela foi impedida de passar da recepção e os seguranças chegaram a isolar a área onde ela estava.


Depois da publicação de reportagens sobre a história, o presidente do TJ do Rio decidiu liberar a entrada de Deborah com seu cão, porém com a escolta de policiais, por um período de experiência. “Nós lutamos muito pela lei do cão-guia e não podemos deixar isso acontecer. Se a Justiça não cumpre a lei, isso pode abrir brecha para qualquer estabelecimento começar a proibir também. Se o seu Manoel do botequim não me deixasse entrar, qualquer juiz multaria o local”, reclama a advogada.


Deborah já encaminhou carta ao órgão responsável em aplicar a multa ao tribunal — Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), órgão do Ministério da Justiça — e aguarda retorno. Ela recebeu a informação por colegas de que há funcionários cegos que utilizam o cão-guia no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, e no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.


A assessoria de imprensa do TJ-RJ disse que o problema já está resolvido desde segunda-feira (30/8) e que não tinha informações de que a advogada estaria sendo escoltada por policiais. O tribunal conta que há apenas uma equipe especializada para atender deficientes visuais. Deborah Prates, no entanto, rebateu a afirmação do tribunal, reafirmando que o problema ainda não está solucionado. “Eu não posso trabalhar com dois policiais atrás de mim.”



O dia do não:

Deborah conta que há dois anos entra normalmente no TJ do Rio com seu cão-guia. “Eu não tive problemas nem para trazê-lo dos Estados Unidos. Ele veio no avião comigo, no banco do passageiro.” Ela só passou a ter problemas com a nova administração do tribunal quando uma equipe de televisão a convidou a participar de uma reportagem sobre a rotina de um deficiente visual, no dia 25 de agosto. A equipe de reportagem não foi barrada, mas a assessoria de imprensa do tribunal a avisou que o cachorro não poderia entrar.



“A partir deste dia, não pude mais entrar no tribunal com meu cão-guia, que é totalmente regular e registrado”, explica a advogada, que fez curso para aprender a conduzir o animal. “A Lei federal 11.126/05 garante que eu entre e permaneça em qualquer lugar, inclusive entre e saia de qualquer aeroporto e avião com o cachorro. Um manual de portaria jamais vai revogar uma lei”, reclama. “É a mesma coisa que o presidente pedir a um transplantado que deixe seu órgão na recepção antes de entrar.”


Durante o contato com assessores e outros funcionários do tribunal, Deborah conta que teve sempre a mesma resposta: havia uma equipe treinada para acompanhá-la dentro do tribunal. Ela conta que o assessor de imprensa alegou que a proibição da entrada de cachorros é válida porque algumas pessoas têm fobia de animais.


Deborah afirma que chegou a conversar com o presidente do TJ, Luiz Zveiter, e ele manteve a posição, argumentando que se trata de um local de grande circulação, frequentado por 30 mil pessoas, e que o animal poderia causar problemas. Segundo ela, o presidente alegou que o cachorro não conseguiria encaminhá-la até a 24ª Vara Civil, por exemplo.


A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Margarida Pressburger, disse que teve conhecimento do caso pela imprensa, mas não foi procurada pela advogada. Caso isso aconteça, vai interceder para que Deborah e o TJ cheguem a um entendimento. “O que posso afirmar é que o desembargador pode ter decidido pela escolta temendo que transeuntes do tribunal fiquem com medo do cão, mas se ela se sente desconfortável com a situação, é possível negociar diretamente com o presidente.”


Margarida Pressburger cita como exemplo um caso que vivenciou com a atriz Danieli Haloten em um teatro. A atriz global é cega desde os 17 anos. “Ela entrou com seu cão-guia no teatro e logo outros expectadores reclamaram da presença do cão. Vendo a cena, eu expliquei aos presentes que se tratava de uma lei e que este tipo de animal é totalmente treinado para fazer seu papel de guia. O cão são os próprios olhos da pessoa, mas há muitas pessoas mal informadas que não sabem que se trata se um animal dócil e treinado.”


Fabiana Schiavon é repórter da revista Consultor Jurídico.


Revista Consultor Jurídico, 5 de setembro de 2009




Comentários:


O cego e seu cão guia.
Isso é um verdadeiro absurdo! O cão guia do cego é seu guia e companheiro. Ele é treinado para não defecar em qualquer lugar. Cagadas maiores têm feito alguns humanos - inclusive na própria justiça. Esse pessoal só pode estar de brincadeira e de má vontade com a advogada.
Francisco Alexandre Zerlottini. BH/MG



Justiça cega
Custo a acreditar que em pleno século XXI este tipo de situação ainda aconteça.
Infelizmente nossa sociedade ainda não entendeu que tem que se adaptar àqueles que têm qualquer tipo de necessidade especial, seja ela qual for, e não o inverso.
Um cão guia não é um animal de estimação, portanto, sua entrada em locais públicos e privados é garantida pela lei.
Triste saber que as pessoas precisam brigar para fazer valer um direito garantido em lei.
Mais triste ainda é saber que uma briga como essa acontece exatamente onde a lei é defendida.
A justiça é cega, mas não usa cão guia. Talvez seja por isso que não enxergue ao seu redor.



Opressão, supressão de direitos, intimidação oficial...
Até quando vamos ter de aturar isso?
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É lamentável, deplorável, essa opressão que suprime direitos e se transforma em intimidação oficial. O que será que pensa o presidente do TJRJ? Que é o dono da lei? Que está acima da lei? Que pode administrar a coisa pública — sim, porque o TJRJ, enquanto instituição, e o prédio em que está instalado são coisas públicas, pertencem a todos, não a ele — sem observar as leis?
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Mas o pior disso tudo: o que esperar de quem está investido em poderes para exatamente fazer valer a vontade da lei quando, em vez disso, fazer valer sua vontade pessoal, deus sabe lá sob quais fundamentos?
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Alguém aí do Rio de Janeiro poderia lembrar ao presidente do TJRJ, o qual, aliás, pertence a uma família de juristas — os Zveiter sempre estiveram envolvidos com o Poder Judiciário e com a Justiça, seja como magistrados, seja como promotores ou procuradores, ou ainda como advogados —, que lei foi feita para ser respeitada e aplicada, e que o principal destinatário das leis são os juízes, cujas profissão só tem sentido de existir para garantir a aplicação eficiente das leis do país. Estamos numa democracia, sob o império da lei, não do homem. O juiz que desrespeita uma lei não tem moral para obrigar alguém a respeitar outra. A profissão mesma da magistratura perde, nesse caso, todo o sentido.
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(a) Sérgio Niemeyer
Advogado – Mestre em Direito e doutorando pela USP – Professor de Direito – Palestrante – Parecerista –
sergioniemeyer@adv.oabsp.org.br


os Cães sempre são mais confiaveis que certas "otoridades"
Daria para esticar um bocado tal tipo de "levantada de bola" mas via de regra essas repugnantes "esselenças" se escondem atras de aspones de menor calibre quando a coisa vaza para a Imprensa e a chapa esquenta logo em seguida.
Atentemos para o detalhe sinistro de que hoje convivemos com varias leis para facilitar e muito pessoas portadoras de deficiencias e necessidades epeciais.
O responsavel final por esta decisão mormente estupida só pode mesmo ser classificado como CALHORDA , seja la qual for o postinho de bosta que ele ocupe nesta baderna toda.
Morte aos CALHORDAS , viva os Cães - todos Eles e principalmente os que fazem um trabalho tão importante como o dela. De repente se trocassemos alguns desembargadores por labradores, a Justiça correria com mais seriedade..........
Paiszinho bem nojento esse nosso não acham?


Hora de separar a demagogia da realidade
Decreto Legislativo nº 186 de 9 julho de 2008
Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.
Quorum qualificado de 3/5 em duas votações no Senado e na Câmara, mas por que não vale ainda?
http://www2.senado.gov.br/bdsf/item/id/99423
O Executivo, segundo é informado, ainda na ratificou. Logo embora tenha status de emenda constitucional, para viger depende do Executivo...



Cão guia não, mas burro pode, né?
Burra e preconceituosa a proibição. O cão guia é mais civilizado e bem-comportado do que muita "excelência". Um absurdo essa proibição. Mandado de segurança já e mais representação no CNJ. Cão guia não entra, mas burro pode circular livremente.

domingo, 19 de agosto de 2012

Pedalando na Acessibilidade


PEDALANDO NA ACESSIBILIDADE



  
Descrição das duas imagens para deficientes visuais: À esquerda está a foto, em preto e branco, de Deborah Prates, da cintura para cima, sorrindo, com uma pena na cabeça e na blusa, com óculos escuros, segurando na mãe esquerda a guia de Jimmy Prates. Ao fundo estão palmeiras e uma pista. À direita, está a silhueta em preto de uma bicicleta antiga, com a roda da frente bem maior que a traseira e no centro um pequeno banco.

 
                 CAPACITAÇÃO é a palavra da hora. Não tenho dúvidas de que hão que ser capacitados gestor e seus acessores em geral para que aconteça a - tão sonhada - cidade sustentável em todos os seus nuances. Nas minhas andanças pela RJ, dessa feita, decidi verificar as ciclovias. Não obstante saber que o Povo Carioca vive nos cartões postais negociados com o Planeta, jamais me conformarei com as desumanidades encontradas a cada dia. O INCONFORMISMO é a força propulsora dos que querem mudar algo, sendo, notadamente, a principal característica do MILITANTE.

                 Julguem a situação que descreverei e respondam se consideram correta. Entre as Ruas das Flores e Santo Afonso, no bairro da Tijuca, há uma rampa destinada às pessoas com deficiência e mobilidade limitada, que, agora, faz parte do traçado da CICLOVIA. Esse meio de acessibilidade está no percurso da faixa delimitada entre linhas vermelhas que compõe a pista exclusiva para bicicletas, valendo dizer para a prática do ciclismo, em total DESRESPEITO a liberdade de circulação das pessoas com e sem deficiência. Excêntricas, singulares, estraordinárias se mostram as insensibilidades do Sr. Gestor e sua Equipe.

                 Pela milionésima vez repito que a HUMANIDADE HÁ QUE SE LEMBRAR QUE DERIVA DO HUMANO! Brabo, né? Continuem acompanhando o conjunto de circunstâncias que elencarei.

                 Há quase duas décadas que a questão das ciclovias perpassa pela política pública da Prefeitura da RJ, curiosamente capitaneada, originalmente, pela Secretaria do Meio-ambiente e não pela dos Transportes. A bicicleta tem relevância internacional desde a crise do petróleo (anos 70), quando a rainha da Bélgica saiu pedalando pelas ruas de Bruxelas, como exemplo para que as pessoas percorressem boas distâncias sem o uso do combustível sujo.

                 No Brasil, a bicicleta passou a ser considerada como símbolo de uma sociedade ecologicamente correta e não como parte do sistema de transporte da cidade.

                 Tem a RJ a peculiaridade de ser cidade litorânea, pelo que, de pronto, investir em barcas, seguindo-se do metrô, bondes e trens seria a solução para o transporte dos cariocas. Isso sim romperia com o rodoviarismo urbano. A população ganharia triplamente. Primeiro por ser de manutenção enormemente mais barata. Segundo, porque diminuiriam o trânsito de automóveis e ônibus, além da emissão dos gases poluentes. Terceiro pela capacidade de transportar milhares de pessoas de modo HUMANO. Nem gado é transportado como estamos sendo! Equivaleria dizer, com a real implementação do combustível VERDE/LIMPO! "ME ENGANA QUE EU GOSTO"!

                 Entretanto, por serem obras que levam mais do que 4 anos, não se tornam interessantes para os gestores instantâneos/rápidos. Sem passado, nem futuro, praticam, com a nossa autorização/voto, tremendas estratégias eleitorais. Nessa visão CEGA, melhor levar as bandas de músicas para inauguração, por exemplo, do sistema BRT - Bus rapid transit - que consiste em pistas exclusivas para ônibus com operação semelhante a modos de transporte sobre trilhos, a fim de nos enganar. Cof, cof, cof! Quanto gás carbônico em nossos pulmões! HAJA ÓLEO DE PERÓBA! Haveria um conluio com essa indústria? Será?

                 Então, sim, ônibus e BICICLETAS seriam complementares ao sistema. Carro, somente para aqueles que se encontram em situações especiais, tais como: Professores, vendedores, pessoas com deficiência, taxistas e outros. Assim dizia o Plano Diretor de 1992.

                 Na RJ as ciclovias tiveram destaque na parte nobre da cidade. Começaram, sob o rótulo "VERDE", na zona sul, com ares de lazer e exercício para os que desejavam se manter em forma. Bem ao ritmo da "FÔRMA DA INDÚSTRIA DA MODA". Nesse espírito a velocidade é fundamental. Quem nunca ouviu contar de transeuntes atropelados por ciclistas em desesperada velocidade? Eu mesma tive o desprazer de acompanhar o sofrimento de um pai - 70 anos - que se vira com um coágulo na cabeça por ter sido abalroado por uma bicicleta veloz. Você também tem um caso para contar, né?

                 Levar à prática por meio de providências concretas a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL é a única chave do sucesso. Precisamos mudar nossos maus hábitos, pelo que a CAPACITAÇÃO DO SR. GESTOR E SUA EQUIPE é para ontem! Essa gestão é tão fast que pretende fazer a RJ a cidade com maior quilometragem em ciclovias no mundo. Absolutamente sou contrária a essa boa ideia, desde que fosse implementada com humanidade, guardando-se as cabíveis proporções, o que não está acontecendo.

                 No dia-a-dia constatamos ciclovias instaladas nas precárias calçadas, de forma a competir e colocar em risco a integridade física dos pedestres.

                 Repito que em alguns lugares da cidade, as rampas destinadas para a acessibilidade/passagem de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, foram utilizadas para o caminho das ciclovias, desrespeitando integralmente a liberdade de circulação dos indivíduos. Para o Sr. Gestor pouco importa cada ser humano considerado na sua individualidade física ou espiritual, portador de qualidades que se atribuem exclusivamente à espécie humana, quais sejam, a racionalidade, a consciência de si, a capacidade de agir conforme fins determinados e o discernimento de valores. Necessitamos nos REDESCOBRIR!

                 Acompanhem a insanidade em que estamos mergulhados. Faixas pintadas em listras brancas, destinadas à travessias de pedestres, foram deslocadas para locais sem rampas em prol dos caminhos exclusivos para bicicletas. Loucura, hein? Não é por acaso a quantidade de acidentes que envolvem pedestres e ciclistas. Além dos pedestres terem perdido seus espaços nas calçadas absolutamente INACESSÍVEIS, vêm-se obrigados a dividi-las com ciclistas, que desconhecem, em sua maioria, as normas de bom convívio em comunidade. Tudo por culpa do Sr. Gestor que está incapacitado para transformar a RJ em cidade sustentável em todos os seus matizes.

                 Os fatos acima são, tão-só, ilustrativos, vez existirem "n" situações similares. Ninguém faz nada! Absolutamente NADA! Pesquisas informam uma forte tendência de repetição de mandato. Você fez parte dessa pesquisa de opinião? Eu nunca fui inquirida e nem nenhum dos meus amigos, apesar de estar perambulando direto pelas ruas da RJ. Bem, de minha parte, por ser pessoa com deficiência, sei da ocorrência do triste fenômeno da invisibilidade, razão pela qual luto para mudar esse patético quadro. E você será capaz de vencer o preconceito e a terrível discriminação dando-me OPORTUNIDADE DE OCUPAR UMA DAS CADEIRAS NA CÂMARA DOS VEREADORES/RJ NO PRÓXIMO OUTUBRO/2012?  Louis Pasteur já dizia: "As mentes decididas descobrem as oportunidades"!

Carinhosamente.

DEBORAH PRATES - VOTE 45.200
Creia no potencial da mulher com deficiência!
O pior cego é o que não quer ver

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Formigueiro sacudido, Formigas baratinadas


FORMIGUEIRO SACUDIDO, FORMIGAS BARATINADAS





Descrição da foto para deficientes visuais: Num fundo bege está Deborah Prates sentada, de camiseta azul piscina e bermuda jeans, usando óculos escuros com borda azul piscina, brincos de argola dourados e sorrindo. Ela está segurando a guia de Jimmy Prates, que aparece de meio corpo.



          Minh'alma amanheceu Enlevada, extasiada, arrebatada pelo raciocínio de um dos meus pensadores prediletos. Despertei com a frase: "Quem é um manual de regras esta apto a lidar com máquinas e não com pessoas". Augusto Cury, tremendo psicoterapeuta, define legal a época política que estamos atravessando.



        É com enorme satisfação que venho concedendo algumas entrevistas à diversas mídias condizentes a minha candidatura à vereança/2012. Comum é eu ser questionada quanto a escolha do Partido. Nessas ocasiões ficou bem delineado que muitos não votariam nas ideias de DEBORAH PRATES, 45.200, simplesmente pelo Partido escolhido. Apesar de ter sustentado que foi, dentre os que percorri ao longo dos três últimos anos, o que melhor recepcionou a causa das pessoas COM deficiência, tendo, até mesmo, integrado os planos de campanha de um dos candidatos à prefeitura da RJ, senti resistência em fazer desaparecer - aos poucos - a CARTILHA DE REGRAS INCRUSTADA nas mentes das "formigas operárias". Na marcha que as levará a lugar algum, seguem fiéis ao traçado imposto para "sei lá o quê"!



        Acho humor negro constatar que muitos humanos se vangloriam em decorar códigos, dicionários, listas telefônicas, como se fosse demonstração de inenarrável cultura/sabedoria. Daí é que constato ser "engraçado" perceber que ficam, em seus vazios discursos, repetindo a decoreba para impressionar os semelhantes à sua volta. Tão vaidosos e obtusos que não enxergam mais nada! Verdadeiros manuais de regras!



        Amigos de cérebos oxigenados deliciem-se e identifiquem o pequeno trecho a seguir copiado: "Nenhum dos outros animais da granja chegou além da letra A. Notou-se também que os mais estúpidos, tais como as ovelhas, as galinhas e os patos, eram incapazes de aprender de cor os Sete Mandamentos. Depois de muito pensar, Bola-de-Neve declarou que, na verdade, os Sete Mandamentos podiam ser condensados numa única máxima, que era: "Quatro pernas bom, duas pernas ruim. "Aí se continha segundo disse ele, o princípio essencial do Animalismo. Quem o seguisse firmemente, estaria a salvo das influências humanas. A princípio, os pássaros fizeram objeção, pois lhes parecia que estavam no caso das duas pernas, porém Bola-de-Neve provou que tal não acontecia: - A asa de uma ave, camaradas, é um órgão de propulsão e não de manipulação. Deveria ser olhada mais como uma perna. O que distingue o Homem é a mão, o instrumento com que perpetra toda a sua maldade. As aves não compreenderam as palavras de Bola-de-Neve, mas aceitaram a explicação, e os bichos mais modestos dedicaram-se a aprender de cor a nova máxima, QUATRO PERNAS BOM, DUAS PERNAS RUIM, e que foi escrita na parede do fundo do celeiro, acima dos Sete Mandamentos e com letras bem maiores. Depois que conseguiram decorá-la, as ovelhas tomaram-se de uma enorme predileção por essa máxima, e freqüentemente, deitadas na relva, ficavam a balir "Quatro pernas bom, duas pernas ruim! "Quatro pernas bom, duas pernas ruim! "durante horas a fio."



        Acertou quem logo lembrou da obra do grande escritor George Orwell, A revolução dos bichos. Pois é, julgo, principalmente pós cegueira, que não podemos mais nos deixar dominar por arguciosos e sutis discursos. Basta de sermos o glacê do bolo! Chega de sermos as maravilhosas embalagens! O glacê chama atenção e conclama os convidados a apagarem as velinhas que são beneficiadas com o esplendor do dourado da anelina comestível. Depois dos aplausos o bolo é servido, sendo o glacê, pratinhos e garfinhos jogados fora. Digo que o glacê são as pessoas com deficiência e os pratinhos nossos familiares. As velinhas são os gestores e/ou empresários. Triste, né? Porém, o pior cego é o que não quer ver!



        A cada dia fico mais convencida de que estamos mesmo é engessados pela fôrma da indústria da moda. O bacana da hora é ter o corpo "saradão". Quem foge desse molambo emocional já é DISCRIMINADO. O grande lance é consumir desmedidamente. Para onde vamos? Compramos passagem para qual cidade? A maioria nem sabe, né? O negócio é embarcar no avião seja qual for o destino para reclamar dos aeroportos! Quando despertaremos?



        Creio mesmo é na FORÇA DAS NOVAS E BOAS IDEIAS. Vivemos num Estado Democrático de Direito, onde quem não se envolve com a política é por ela envolvido! Tudo só depende de nós! Vamos continuar a repetir a cartilha afixada na história do livro acima copiado? Quando sairemos do sono? Precisamos nos redescobrir e abraçar as novas propostas sejam de que Partido forem. Qual a razão de sermos rotulados, se estivermos ao lado dos que têm como escopo a moral, ética, bons costumes e todos os demais princípios basilares e SUSTENTÁVEIS?



        Repetidamente a mídia noticia parlamentares, de Partidos opostos, apertando as mãos por terem votado juntos em benefício de um Brasil melhor, é ou não é? Então é que temos que ter essa grandeza de não excluir/discriminar. Contraditório o homem, caramba!



        Particularmente prego aos quatro ventos que a coletividade há que abrir os seus "portões dourados" para recepcionar as DIVERSIDADES tais como se apresentam na natureza e não como gostaria que fossem. Ora, então, o grande "barato dessa vida" é estarmos juntos e MISTURADOS. Repito que incluir é bem diferente de integrar. INCLUIR É PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SOCIEDADE IGUAL PARA TODOS. Porquanto, se a ideia é boa e revestida dos elementares princípios da vida, o que importa a qual dos Partidos Políticos pertence o Humano que pede a OPORTUNIDADE no próximo outubro eleitoral? Ninguém nesse nosso Brasil pode fazer carreira SOLO na Política, pelo que ser DISCRIMINADO também pelo Partido Político é loucura absoluta!



        Parecemos um gigantesco formigueiro, todos espremidos numa área de forte densidade demográfica, movidos em direções contrárias, agitados e sacolejados. Tão sofridos que não sabemos mais pensar com AUTONOMIA. Nossa esperança pereceu. Esquecemos de sonhar, amar, lutar por dias melhores ... Vamos no lema da canção interpretada pelo querido Zeca Pagodinho: "DEIXA A VIDA ME LEVAR, VIDA LEVA EU ... SOU FELIZ E AGRADEÇO POR TUDO QUE DEUS ME DEU".



        Amigos que integram os GRUPOS SOCIAIS VULNERÁVEIS (pessoas com deficiência, negros, idosos, crianças/adolescentes, mulheres, índios, ciganos, obesos, bem como todos os que necessitam de ações afirmativas para terem salvaguardados os seus direitos HUMANOS), convido-os a embarcar nos bons ventos de "Mahatma Gandhi": "SEJAMOS NÓS A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER NO MUNGO". Nunca mais vamos admitir que os GESTORES e/ou EMPRESÁRIOS DA AFLIÇÃO/AGONIA se elejam às custas das desventuras alheias!



        O lema da minha campanha é: CIDADE ACESSÍVEL É PARA TODOS. O censo demográfico último dá conta que o seguimento das pessoas idosas aumentou sensivelmente. Óbvio que, se não formos atropelados precocemente pela morte, seremos idosos e, nessa realidade, necessitaremos de cidade acessível. Quem de nós ainda não se viu nessas situações: recém-operado, gestante nos últimos meses, perna/pé engessado/imobilizado, obesos, bem como em outras circunstâncias que reduziram temporariamente sua mobilidade?



        Pois é, verifiquem, outrossim, que o Sr. Gestor gastou até aqui cerca de R$ 170 milhões com suas propagandas por toda a mídia. No contraponto, gastou, aproximadamente, R$ 6 milhões, com a "bandeira" das pessoas com deficiência. Algo há de errado, não acham? E os Srs. Vereadores em suas cadeiras não fiscalizaram essa aberração por qual razão??? Também querem derrubar o elevado da Perimetral, com previsão de fortuna para tanto, quando, na Praça XV de Novembro e entorno, tudo está inacessível até o metropolitano da Carioca. Vamos permitir? Acessibilidade zero!



        Proponho, se a sociedade der oportunidade à MULHER COM DEFICIÊNCIA/CEGUEIRA EM AMBOS OS OLHOS - MAS QUE ENXERGA MAIS DO QUE MUITOS COM OLHOS PERFEITOS - assumir uma das cadeiras da Câmara Municipal/2012, melhorar o conforto dos munícipes/cariocas. Bastam de situações pontuais"



        Apresento-lhes um Plano de Soluções Integradas de Acessibilidades

para a nossa RJ. Afinal, como pôde ter sido agraciada com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade sendo absolutamente INACESSÍVEL? A humanidade há que se lembrar que deriva do humano! A real implementação das acessibilidades é fator de sustentabilidade econômica e social, principalmente, numa sociedade onde a esperança de vida aumenta. Há necessidade de planejar as intervenções e não fazê-las de forma pontual e sob pressão da população, como costumeiramente vem ocorrendo.



        A acessibilidade ATITUDINAL é, sem dúvida, o carro chefe das acessibilidades. Precisamos conscientizar a coletividade, bem como os agentes/profissionais envolvidos para que mudem os seus maus hábitos e passem, de fato, a conhecer o que é acessibilidade em todos os seus matizes. Intolerável é deixar que o dinheiro público continue ir ralo abaixo com tanto quebra refaz, quebra refaz ... A RJ há que ser um exemplo de meio construído acessível, lugares nos quais todas as pessoas possam desenvolver suas vidas de forma segura, confortável e autónoma.



        Sem dúvida a acessibilidade tem que ser tida como um valor de negócio, fundamentalmente por ser a RJ um dos principais atrativos turísticos do Brasil. Logo, não pode tão-só limitar-se a simples eliminação de barreiras arquitetônica para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.



        De fato, há que ser para todas as pessoas, tendo em conta a diversidade humana e suas distintas necessidades. O DESENHO UNIVERSAL há que ser seguido! Falo das vias/espaços públicos, prédios públicos, transportes, comunicação e informação e novas tecnologias de informação e comunicação (infoacessibilidade).



        Deixo aos amigos um ATÉ BREVE com outra conclusão de Augusto Cury: "A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança".




Carinhosamente.


DEBORAH PRATES - 45.200


sábado, 4 de agosto de 2012

A história da carochinha se passa na RJ?

A HISTÓRIA DA CAROCHINHA SE PASSA NA RJ?







Descrição da foto para deficientes visuais: No centro da foto, encontra-se Deborah Prates: cabelos loiros, de óculos de aro azul e lente preta, sorrindo e com uma blusa verde. Ela está agachada e a sua frente está Jimmy, de perfil, olhando para a esquerda da foto. O chão é feito de grandes quadrados de pedra e ao fundo há uma árvore grossa e com muitas folhas.



        Será que vivo num conto da carochinha? Há na RJ uma peculiaridade que diferencia essa fábula das tradicionais. Vale dizer que na presente narrativa os seres e acontecimentos NÃO são imaginários. Então, sacudo a cabeça vibrantemente por achar que a ficção e a realidade se fundem. Estaria doida? Existo numa mentira? Em devaneio concluo que não escrevo um conto, mas aspectos da vida humana reais! Um eterno CARNAVAL?



        Assistindo um debate entre os candidatos à prefeitura da maravilhosa RJ, uma carioca afirmou que as nossas calçadas estão em condições precárias. Só têm buracos e obstáculos! Era pessoa SEM deficiência quem reclamava!



        Num exercício de cidadania, coloque-se no lugar de uma pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (com membros engessados, gestantes, recém operados ...), bem como de pessoa idosa. Penso sejamos mágicos, seres alados, bruxos, fadas, mesmo SOBREVIVENTES!



        Convido os amigos a rever seus maus hábitos. Falo na implementação da ACESSIBILIDADE ATITUDINAL. Cidade acessível é para todos. Na próxima saída de casa enxergue a sua localidade com olhos de ver. Como assim? Repare se a portaria de seu prédio é acessível, se sua calçada está nivelada, com ou sem buracos, se há piso tátil para guiar pessoas cegas, se existe rampas com boa inclinação para deficientes físicos, se no entorno dos orelhões há diferencial para proteger os cegos, se o meio-fio tem rebaixamento, se há sinal sonoro, se existe programação visual para que pessoas surdas e com dificuldade intelectual se localize com destreza, se há rota para carga e descarga de mercadorias em geral,

etc... Difícil? Não. Basta que o leitor aguce a sua sensibilidade para perceber do que falo.



        Lembre-se, se você não for atropelado precocemente pela morte, será uma pessoa idosa. Sendo assim, precisará de uma CIDADE ACESSÍVEL! Viu como temos que desvincular o verbete ACESSIBILIDADE das pessoas com deficiência? O negócio só é bom quando interessa a todos!



        O Plano Diretor/RJ/2011, ao tratar dos espaços públicos, corroborou serem as calçadas, praças, praias, parques e outros, bens de uso comum. Óbvio, já que promovem a circulação das pessoas, propiciando a convivência social.



        No Parágrafo Único do Artigo 19, está previsto: "O uso dos espaços públicos deverá respeitar a garantia da acessibilidade e mobilidade de todas as pessoas, em especial daquelas com deficiência e dificuldades de locomoção".



        Pois é, a realidade mostra que lei ordenando a acessibilidade, em todos os seus matizes, transborda no arcabouço jurídico. Todavia, quem as cumpre? O Gestor não está nem aí, já que não precisa de calçadas, praças, praias, e demais bens públicos acessíveis. Seu dia-a-dia é bem diferente do resto dos mortais. Os vereadores só querem fazer e votar projetos de lei, esquecendo do constitucional dever fiscalizador. Noutro ângulo o Ministério Público não dá conta da demanda. Vivemos na parede do infinito? Frente a um ciclorama? Quiçá nos cartões postais que o Sr. Gestor mostra ao Planeta?



        No próximo outubro eleitoral, se nos unirmos em prol de uma RJ com maior bem-estar para todos, teremos força pra mudar esse quadro de DESUMANIDADE. Nossa dignidade - bem sem preço - não está à venda!



Parece mesmo que estamos engessados/enlatados! Pereceu a nossa ESPERANÇA? Esquecemos de sonhar, amar, lutar ... "E agora josé"? Abraham Lincoln, em seus pensamentos, tem ótima definição para a nossa inércia ao dizer: "Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz".



Carinhosamente.



DEBORAH PRATES


CREIA NO POTENCIAL DA MULHER COM DEFICIÊNCIA! VOTE 45.200