Descrição
da imagem - Ilustração de um quadrinho. Desenho colorido. Num campo aberto e verde
com céu azul claro, sem nuvens, um homem calvo com poucos cabelos pretos na
parte posterior da cabeça, de óculos, narigudo, usando jaleco branco, calça
comprida azul escura e sapatos brancos, apóia a mão direita sobre uma mesa
azul, curvando-se para frente, aponta com a mão esquerda na direção da única
grande árvore, distanciada e atrás de um grupo de animais alinhados em frente a
ele. Observam a ordem do homem atentamente, um gato pardo, um elefante bege,
uma foca azul escuro, um pequeno peixe azul claro dentro de um aquário sobre um
pedestal branco, um macaco grande marrom, um galo amarelo e um sapinho verde.
No balão branco acima da cabeça do homem, está escrita sua fala em letras
pretas: “Para garantir uma seleção justa, vocês farão o mesmo teste: subir
naquela árvore”. As sombras dos animais e da mesa estão refletidas à esquerda sobre
o gramado verde.
"SENHORA SOCIEDADE"!
- Fui
ver alguns apartamentos para alugar e, nesse bate-papo, amadureci sobre o que
encontrei. Estou me lembrando que, dentre todos na região, apenas um estava com
rampas e elevadores para cadeirantes! Tem que ter uma lei para isso!
Num flash interatuei com
os demais palestrantes:
- Lei existe! Aliás, não
só uma, mas algumas. A questão a ser enfrentada é o CUMPRIMENTO da legislação
que, por sinal, é bem boa!
- E
porque não é cumprida a lei?
-
Pois é! Eis a questão. Penso que as leis no Brasil não sejam cumpridas em
virtude da sanção/punição nelas contidas serem tão ínfimas, mas tão
insignificantes, que vale a pena arriscar as suas desobediências.
Lamentavelmente a nossa cultura é a da superficialidade! Também há que ser
considerada a falta da fiscalização das diversas autoridades encarregadas! Cada
qual dá a sua razão. Porém, fato é que muito pouco é cumprido.
E foi uma calorosa
discussão benéfica e conscientizadora. fomos crescendo com a inteiração. Expus
minha proposta que surgiu de imediato e sem tantas reflexões:
-
Essa sua observação me trouxe uma sugestão. Está nascendo um projeto!
Acompanhem comigo. O próprio Governo, através da mídia, em épocas de escassez
de determinados alimentos incentiva a população que NÃO os compre. Que sejam
substituídos por seus similares. Se o feijão está "caro", sugerem que
compremos lentilha e assim por diante. Nesse caminho podemos pressionar os
empresários a cumprirem a legislação sobre ACESSIBILIDADE! Ah! E também os
síndicos e administradores do patrimônio comum! Penso que, na verdade, somos os
principais culpados por todo esse caos que vivemos. Sim! Todos os que
"mandam por aí" não estão em seus cargos/postos por acaso! Não. Nós
os colocamos através das urnas! Precisamos prestar mais atenção no nosso voto.
Com essa responsabilidade, certamente, reclamaremos bem menos. Se os
mandatários agirem contrário aos nossos interesses, basta que não os
reelejamos!
Um pequeno silêncio
seguido de global concordância. Esses encontros são fantásticos! Sem dúvida é o
diálogo o melhor caminho para a solução dos conflitos. As pessoas com
deficiência, em tese, não chegam até a sociedade por "n" razões. Como
significamos a voz da "minoria" é que a da "maioria" nos
abafa. Nessa nova estrada tenho notado que os deficientes, em boa parte,
preferem não falar em suas deficiências, o que nos faz PERDER demasiadamente
com isso!
Necessitamos ter forças
para semear a CULTURA DA COOPERAÇÃO.
Para o sucesso de todos temos que agigantar a REDE DA SOLIDARIEDADE. A mídia, em geral, tem nos ajudado bastante.
Contudo, percebo que não querem fazer mais por entenderem que existem assuntos
mais interessantes que trarão mais audiência! É a maldita cultura da
superficialidade dita pelo grande Prof. Padilla.
No RJ, por exemplo, existe
a AGENDA SOCIAL de gestão passada que, se cumprida, estaríamos em condições
razoáveis. A questão é que todos querem ser o "PAI DO INVENTO"!
Parlamentares e gestores sempre querem ter seus nomes nos diplomas legais, pelo
que preferem deixar hibernando bons projetos em tantas gavetas, ao invés de
dar-lhes prosseguimento. Falo da guerra da VAIDADE! E os tolos dos eleitores
ainda aplaudem ao saber de edições novas de velhos projetos! Para que tentar
reinventar a roda? Basta movimentá-la! Não acham? "ME ENGANA QUE EU
GOSTO"!
Aprimorando as ideias
acima é que estou - agora - convidando a sociedade a abraçar esse novo PROJETO
de nome: "ACESSIBILIDADE
JÁ"!
Seu
objeto? Simples! Tudo quanto nos for apresentado SEM os legais
parâmetros de ACESSIBILIDADE não será aceito. Como? Usando o método da
BOICOTAGEM. Oportuno lembrar que o empresário Charles Cunningham, proprietário
de terras irlandês, (1832/1897) por se ter recusado a baixar aluguéis, sofreu
sanções - boycott - o que lhe rendeu sérios danos. Como a história se repete é
que a sociedade - em seu papel FISCALIZADOR -
poderia tornar a ACESSIBILIDADE UMA REALIDADE.
Que tal o homem deixar de
usar o "modelito" egoísta? E para os humanos que não conseguirem, que
pensem em seu futuro! Sim. Basta consultarmos as últimas pesquisas para
constatarmos que a população idosa está aumentando pela melhor qualidade de
vida. Logo, os mais jovens de hoje serão os idosos do futuro próximo, pelo que
precisarão da cidade ACESSÍVEL.
Além do mais, há que se
ressaltar que a violência urbana também leva a deficiência. Não faz muito que
um garçom, num bar perto de minha casa, foi vítima de bala perdida e, ao cair
com sua bandeja coberta de copos de chope, estava tetraplégico. O futuro é uma
caixinha de surpresas!
Equivoca-se, pois, quem
imagina que a - tão sonhada - acessibilidade somente beneficia as pessoas com
deficiência. Absolutamente! É preciso desfazer esse errado pensamento. Uma
cidade acessível beneficia a TODOS.
Você, pessoa SEM
deficiência que me lê, já se imaginou, por exemplo, chegando em casa coberto de
sacolas de supermercado? Saindo do elevador empurrando com os pés algumas sacas
rumo a porta de seu apartamento? E o sufoco para o encontro das chaves? E para
acessar a maçaneta sem as mãos? Maravilha se, para fazer funcionar os trincos
das portas, houvesse - tão-só - um botão! Já imaginaram a facilidade?
Falo, agora, do desenho
universal. Aquele que agasalha o inimaginável para atender a todas as pessoas -
com e sem deficiência - de maneira a solucionar as mais simples necessidades.
Esse botão, por ilustração, atenderia aos idosos, os deficientes intelectuais,
aos que possuem distúrbios comportamentais, etc...
Mas, voltando aos
apartamentos. Sugiro que não aluguemos, nem compremos quaisquer unidades
(residenciais e/ou comerciais) desprovidas de recursos de ACESSIBILIDADE. Ora,
se os Srs. Empresários (engenheiros, arquitetos, administradores, e outros)
permanecerem com suas unidades fechadas/vazias por conta do descumprimento da
legislação que ampara a ACESSIBILIDADE, sem sombra de dúvidas, tratarão de
fazer construções novas, bem como adaptar as já existentes, cercando-as de meios específicos para que
TODOS (mas todos mesmo) possam entrar, transitar e sair com IGUALDADE DE
OPORTUNIDADES.
Fácil, né? Vejam que não
falamos em campanhas que exijam disponibilidade de recursos financeiros! Digo,
apenas, de boa vontade, solidariedade, e de ter um pé no presente e outro no
futuro perto! Refiro-me a pequenas atitudes que, se abraçada por todos
(sociedade) farão a grande diferença para um Planeta com maior bem-estar para
todos.
Ah! Você reside ou trabalha num
condomínio? Então, na primeira oportunidade - AGO ou AGE - sugira em aplicar
recursos em ACESSIBILIDADE. Não quer pagar cotas extras? Não tem nada com isso?
Sei. Mas, essa obra servirá para seu benefício! Já se imaginou idoso precisando
transitar em seu prédio e não podendo por não ter rampa, elevadror? Lembre-se.
O FUTURO A DEUS PERTENCE!
"ACESSIBILIDADE JÁ"!
Carinhosamente.
DEBORAH
PRATES